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Registrado no Ministério do Trabalho - Superintendência Regional do Trabalho e Emprego / SC - como ator sob o número: 7633 SC. e Editor profissional de TV / cinema nascido em Blumenau. Produtor Cultural, há 7 anos aprimorando os estudos no Rio de Janeiro, São Paulo e Recife, volto agora a cidade que me adotou, Rio. Me chame e vamos trabalhar

quinta-feira, 7 de janeiro de 2016

O BARQUINHO DO CAPITÃO

Um menino de sete anos de idade fez um pequeno barco de papel encerado,
e no casco escreveu o seu nome e o porto de origem, assim batizando a embarcação: "Capitão Marcos- SC"

Colocou a bordo um besouro e alguns grãos de arroz cozido, retirados da
sobra no prato de seu almoço. Imaginou que desta forma o inseto não passaria fome enquanto
navegasse.

Improvisou salva-vidas com palitos de picolé. Caso a canoa naufragasse,
serviriam de apoio para o besouro descansar e sobre eles flutuar. O besouro não
pereceria já que é leve e a sua couraça impermeável, permaneceria
boiando sobre a água.
Colocou a canoa no vale caudaloso formado pela chuva, para que navegasse sem rumo.
Permaneceu olhando até que o ínfimo barquinho sumiu na curva com rumo ao rio, que se bifurcava para o mar. Naquela ação, através do lustroso besouro, realizava sua vontade de um dia também poder navegar.


Passou o dia imaginando a viagem do inseto. Naquela noite, ao deitar, mentalizou-o
navegando e encantonado na popa, enfrentando as enormes ondas.

Na manhã do dia seguinte, alguns quilômetros distante, Paulo e o seu primo brincavam na areia
da praia. Juntavam conchas que colecionavam e viram quando a marola dolente trazia
para a praia um barquinho de papel e acorreram na sua direção.Constataram que a bordo estava um passageiro, o besouro.

A canoa tinha o nome borrado pela água porém, permitia ler "Capitão Marcos"
também viram empapados os grãos de arroz.

Com a palma da mão sob o casco, Paulo retirou- o da água e colocou sobre uma pedra para
que secasse ao Sol. Retirou o besouro, porém ele tornou a embarcar indo para dentro da canoa.

A mãe do Paulo chamou para que fossem almoçar. Levaram junto o barquinho que já
secara e Paulo colocou-o na estante de seu quarto, ao lado de seus brinquedos.
Manteve o besouro alimentando-o.

Quando ia dormir, Marcos sempre lembrava do barquinho, perguntando-se onde
ele andaria, mantendo a expectativa de que não tivesse naufragado.
Paulo igualmente ficava imaginando quem teria construído aquele barquinho e de qual cidade ele zarpava.


Do livro Meus Tempos de Guri 
de Odilon e Tetsuo

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